Silêncio.
Abatido, nado cansado no mar negro
Sinto meu arquejo... Sinto a paisagem erma...
Sinto meu coração, em pancadas de dor!
No silêncio de minha dor, me fecho em copas
Meu ser se apaga, em ver a imbecilidade, reinar dentro de mim
Em minha moradia, reina o frágil e dolorido coração
Meu amor se esvairia... Minh’alma se esvairia...
Meu tesão se perde, ao triste lírio de minhas ilusões
Minha mente adormece, ao sofrer incompreendido
Ao silêncio, faz-se a vida amarga
Triste, inquieto, ansioso minha mente adormece, junto ao meu coração
Oh silêncio, que me arrasta a esta mortiça dor!
Meu mar negro, de minha decepção, que apaga meu sorriso
Amargo silêncio, que machuca minh’alma e vai-se esvaecer
Ao crepúsculo dos nascidos.
Cada sentido é um dom divino?
Ah silêncio, que turva e escurece minha mente.
Tu és um vulto maldito... Tu és a toca de minh’alma...
Onde repousa meu olhar cansado.
Olvido imenso de meu passado, que se torna em meu silêncio
Bendigo-o dom sagrado que Deus me deu.
Bendigo-o meu amor sagrado, que meu coração não convalesceu.
A dor não vence meu coração... A dor não vence minh’alma...
Na vida não é tudo dor!
Viva minh’alma apetecida libertadora
Que ansiosa me fala, vem...
Vem! Gritas com teu lírio alvo franzino
Gozas do painel da natureza de tua carne
Levando-me ao mundo espiritual, de minha essência
Pois sou nascido, ao cantar dos sinos
Onde se ama até o incompreendido.
Fernando A. Troncoso Rocha.