as de Chico

Agora falando sério?! Eu era o Malandro no tempo em que havia Beatrizes nas ruas; eu cantava cada uma delas como fossem Cecílias em seus apartamentos refinados. Eu dançava ao som da banda e trabalhava na construção. Sempre reclamei de um copo vazio e foi pisando as esmeraldas do chão que cheguei em casa e vi Helena que aos prantos agarrava-se aos cabelos e arrancava os meus. Saiu de casa como fosse Rita, mas saiu cantando alto,gritando ser Ana, aquela de Amsterdã. Segui o bom conselho que me dera e cantei para todos à janela dela: cantei que era bela, que era Bárbara, Luiza; queria mesmo seu corpo em minha cama, queria despi-la e amolecer sua nudez no meu peito de pelo eriçado. Gritou-me que calasse a boca, que fosse embora, que fosse correndo, de ônibus, de trem. Eu estava Pedro na plataforma esperando o trem passar. Ela era Dora no meio da roda, desfilando na passarela da minha cabeça, cantante, bailarina, valsista! De tanto amá-la, de tanto e só a ela eu me afundava, mas vai passar...

(e por aí vai)