Meu feitiço.

Enfeitiçado, me fiz em teu feitiço.

Refiz-me, desinfeliz, dos versos que te fiz!

Neste pobre presente, não tivemos boa sorte

De tão forte, foi o feitiço, que a lira se rompeu.

Perdido no feitiço sentia-se os aromas

Em cânticos, que varriam nossos sonhos.

Nada era puro e aqui a sorte, não se valia!

Em nossos feitiços, valia-se de vidas em dores

Pois “eu” era capitão, de meu estúpido coração!

Não cantarei mais tais feitiços, na dor de meu coração.

Cada vaza varria tudo, até só vermos, tudo por binóculos.

Incendida minh’alma, perder-me-ia na noite de meus feitiços.

Há o tempo engoliu os frutos, dos maus feitiços...

Pois o tempo não para e anda como o trem, a todo vapor!

Como quimera de uma vida vazia

Perdido entre nossos feitiços!

Inefável, beijei a virgem na testa

Que foi neste momento, que se suspendeu a contemplação

Das melodias jamais ouvidas, de meu próprio coração!

Atônitos diziam-me... Que foi? Que foi?

Eram os anjinhos de minh’alma, que me diziam

Soprando minhas letras a um pequeno papel!

Sai deste feitiço, sem deixar se quer este nome

Deste crime espantoso, que o tempo te engoliu.

Pois “eu” era a estrela sozinha, na sorte de meus feitiços

Na lembrança de uma sombra, que nem em meu céu, pude satisfazer-me.

Bendigo seja Deus, que me mandaste um beijo, através de seus feitiços

Que furou minha sombra, entre sustos e desejos, do mau destino de meus feitiços!

Hoje, beijo este papel, chorando a sós, entre seus desejos.

Pois inebriante, acabei com todos os meus feitiços!

Fernando A. Troncoso Rocha.