Quem sabe pra depois...

Quem sabe pra depois...

É, tem coisas que nos mastigam,

que nos fragmentam porque inteiros não interessam mais.

Por favor, não interrompa mais meus dedos quando

Trêmulos destacam folhinhas dos trevos,

Nunca me foi a sorte propícia.

Me deixa tentar.

Deixa que a calma escorra pelo telhado,

Invada meus cômodos bagunçados,

E carregue os pedacinhos naquela enxurrada

Que antes, ah! Antes...

Depois do antes, eram tantos antes

E hoje

Ficamos no depois, e tantos pra depois,

Continuam me mastigando e a calma não vem,

A enxurrada não leva, porque antes...

Antes ficou pra depois.

É, têm dias que não queria atitudes, palavras já me bastariam,

E eu acreditei, acreditava, acreditaria...

Cássia Da Rovare