Desejos.

A beira d’água cintila, meus humildes desejos.

Argento oscila meus simples desejos.

Espuma que embriagas meus humildes desejos

Em abstrata e fascinante, paz da solidão!

Cai, gemes, cantas ao fundo da cascata

De minha carne dolorida!

Aos teus desejos vou, batendo asas a irrealidade...

Sentimental e curioso, aroma de meus simples desejos

Vestindo a trama rara, de coisas irreais!

Pedaços de mim ao meu próprio fel

Vivos em nossos próprios seres!

És requinto em ser cruel... És requinto em nossos simples desejos...

Ao meu olhar cansado repousais!

Rude canseira, de nossos simples desejos.

Um sorriso aveludado suaviza nossos simples desejos.

Enfim, nos céus dir-se-ia, o fim de meus humildes desejos.

Na ausência magoada, recomponho meus lindos sonhos.

Em novos e sublimes desejos!

Fernando A. Troncoso Rocha.