ARTIMANHAS...

Se eu fosse viver de artimanhas,

Para esconder o meu sofrer,

Emenda pior que o soneto,

Revelaria outros medos,

Pior do que o de te perder.

Seria aquário transparente,

Veria meu leito corroer,

Seria algo deprimente,

Trovão, inferno, minha mente,

Voltar de lágrimas a chover.

Acaricie esse meu ego,

Ao menos o que dele restou,

Por amor próprio, o que é isso?

Faça-me esse sacrifício...

Diga-me que nada acabou.

Se não der me avise,

Mande um bilhete qualquer,

Já me acostumei a tua falta,

Saudade me é uma coisa farta,

Que aceito o que de ti vier.

Pena, dó, sentimentos,

Tudo, nada, menos o esquecimento,

Isso já seria outra estória, minha escória,

Assim seria esmo, eu mesmo,

Carregado pela mesma brisa que te trousse,

Agora me arrancando numa noite,

O que por toda minha vida não vou ter,

Artimanhas... Artimanhas,

Tua manha...

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 19/02/2013
Código do texto: T4148365
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