DESABAFO

Pra onde foi o amor que sentias por mim?
Pra onde foram todos os suspiros entoados?
Pra onde foi o desejo ardente que sentias?
Pra onde foi o seu semblante de prazer?
Pra onde foram o seu sorriso e o seu excitante olhar?
Por que não me tocas mais? Por quê?
O que, em sã consciência, te fiz ou deixei de fazer?
Será que tudo que vivemos foi em vão?
Será que a nossa cama não te cabe mais?
Será que a minha boca não te entonteces como antes?
Será que o meu corpo não alimenta mais a tua chama?
Por que, ages, assim, comigo? Por que não me respondes?
Por que tu ficas calada, distante e desalmada, me maltratas?
Por que não consigo te esquecer e seguir em frente?
O que é que tu tens que me tiras o fôlego, me aceleras o coração e me tiras o ar!
Ah! Como eu te quero, desesperadamente! Inconsequentemente, tu me pisas, mas saibas que, nunca, em tua vida, encontrarás, alguém que tenha te amado tanto como eu te amei, que tenha tolerado tanto como eu tolerei, que te tenhas aceito com todos os teus defeitos e te amado, cegamente, como eu!
Quiçá, um dia, aprendas o que é amor de verdade e encontrando a mágoa e o desengano, nos braços de outra pessoa, interiorize os teus desacertos, nesta vida, e, finalmente, compreendas, de uma só vez, a pequenez do que somos, a transitoriedade da vida! Enfim, amadureças, certo de tudo aquilo que tu tivestes na mão e perdestes, simplesmente, porque não soubestes dar valor!
 
André Passos
Enviado por André Passos em 02/03/2013
Reeditado em 28/02/2014
Código do texto: T4168571
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