PANAPANÁ

E cá estou eu de volta

A cuidar do meu jardim

Andei meio desleixada com ele

Erva daninha, gafanhoto,percevejo

Onde está meu lírio branco?

Há quanto tempo...Um desejo.

Um toque de mão

Um afago

Ou até quem sabe, um beijo?

Eis que a natureza começa a fechar

Prá mim, as suas portas

Margaridas e tulipas acho que consigo

Frutos?

Agora, já não mais importa.

Até cactus cresceu

Na terra árida

Um amor nasceu

Mas como tudo que cresce

O amor também fenece

Cactus não sabem amar

Espetam, espetam, espetam

Até o sangue jorrar

E sangrar e sangrar e sangrar.

Cactus se acham bonitos

Melhor mantê-los longe

Para não me machucar.

Volto ao jardim,

Já não sei mais o que plantar...

Mas vou tentar cuidar

Quem sabe pela última vez

Quem sabe prá sempre

Esperando,esperando,esperando

Pelas borboletas...

Por quem se ama

O panapaná do amigo

Mário Quintana

Andréa Duarte
Enviado por Andréa Duarte em 03/03/2013
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