PANAPANÁ
E cá estou eu de volta
A cuidar do meu jardim
Andei meio desleixada com ele
Erva daninha, gafanhoto,percevejo
Onde está meu lírio branco?
Há quanto tempo...Um desejo.
Um toque de mão
Um afago
Ou até quem sabe, um beijo?
Eis que a natureza começa a fechar
Prá mim, as suas portas
Margaridas e tulipas acho que consigo
Frutos?
Agora, já não mais importa.
Até cactus cresceu
Na terra árida
Um amor nasceu
Mas como tudo que cresce
O amor também fenece
Cactus não sabem amar
Espetam, espetam, espetam
Até o sangue jorrar
E sangrar e sangrar e sangrar.
Cactus se acham bonitos
Melhor mantê-los longe
Para não me machucar.
Volto ao jardim,
Já não sei mais o que plantar...
Mas vou tentar cuidar
Quem sabe pela última vez
Quem sabe prá sempre
Esperando,esperando,esperando
Pelas borboletas...
Por quem se ama
O panapaná do amigo
Mário Quintana