Solitária Flor

Simplesmente descansar, no escuro confortável do silêncio.

Flor se conheceu órfã de pai e de mãe. Órfã de mundo, de abrigo, de amor.

Cresceu forte, senhora de si. Tendo que cuidar dela mesma, mal tinha tempo para sentir pena.

Sozinha, cresceu. Sozinha, envelheceu.

Ao se ver na casa, cheia de coisas e vazia de pessoas, pensou. Quando deu por si, chorou.

Chorou à nudez da falta de tudo aquilo que não tinha. Flor não tinha família.

Sozinha, cresceu. Sozinha, envelheceu. Sozinha, morreu.

Fernanda Bess
Enviado por Fernanda Bess em 20/03/2013
Código do texto: T4198993
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