Quinta-feira,22 de março de 2007

Faz um tempo que eu quero trazer à luz das palavras uma parte de mim.Um pedaço da minha vida obscurecido pela própria vida.Já faz um tempo que eu não consigo vomitar o que tem destruído as paredes do meu estômago.

Não foi por falta de tentar.A música se mostrou ingrata diante a minha medíocre capacidade de criação,e a poesia me recebeu de braços abertos,me sugou a inspiração e me deixou totalmente nu de um único pensamento que valha a pena ser transmitido.

Tudo bem.Acho que a prosa pode resolver meu problema ou, pelo menos, quebrar um galho de minha árvore cheia de frutos sentimentais.Uns verdes(bem poucos),outros tantos azedos.

Mas faz tanto tempo confinado aqui no âmago das minhas idéias inacabadas,no interior de um coração que fingi o tempo todo,até pra si mesmo,que o fruto nada mais é agora do que uma massa disforme a apodrecida.Afinal de contas,o que é pior do que ter a ciência de que você,como todo mundo,está no caminho desse trator inabalável que é o tempo?Pois eu respondo.Saber que tudo é tão ínfimo que beira à mediocridade.

Acho que nesta altura fica até difícil transcrever algo inteligível sobre isso.Eu não quero ser ingrato com as pessoas que me querem bem,tampouco passar a impressão de estar falando de boca cheia.Claro,é tudo uma questão de prisma.Mas,pensando bem,eu não quero falar sobre isso...

Jorge Desosy
Enviado por Jorge Desosy em 22/03/2007
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