Flor de idade

Quando abelhas se narcotizam

com flores, revirando polens,

garimpando mel... com zunzuns de asas

excitando o ar, suspendo-me

também com imperceptíveis movimentos...

treme (luz) nos olhos

um doce de saudade,

como um agito de pote

misturando lembranças.

Balanço no sopé do ‘morro’,

respirando ávida

pela vida

entranhada no campo.

Prendo a flor da nostalgia

na fronte, enquanto

outrora 'balança

atada' na varanda.

Se abantesma assim

uma casa de madeira

enviesada pro sul

com o sol queimando-lhe a costa

instigando o telhado a

empurrar-se em sombra

até um rio defronte...

E a janela que embolsa tudo o que vê

e sobre ela, a mão amparando queixo

suspirando estórias de matos...

Uma menina correndo com pés descalços

quebrando folhas, dependurando-se em galhos,

assustando gafanhotos, periquitos, papagaios...

Pulando a janela e namorando o telhado;

uma cesta de contos de fadas sobejando quimeras...

entre ‘zunzuns’ de abelhas

saudades...

saudades

da flor de idade...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 05/04/2013
Código do texto: T4224588
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