MEU QUERIDO PAI

*Gilda Pinheiro de Campos*

Quem diria pai, depois de tanto tempo, tantas recordações, a

tecnologia e uma amiga querida nos reuniu...

Não imaginas o tamanho da emoção, as lembranças ainda

vivas na memória...nem preciso fechar os olhos, é só te olhar

aqui na minha telinha...

Parece que foi ontem, você chegando do trabaljo às 6p.m. em ponto...

Seu toque da campainha tão peculiar, inconfundível, minha alegria...

os morangos com creme de chantily, os beijos e abraços, querendo saber

como fui no colégio, a promessa de me levar ao seu trabalho e no domingo

ao cinema, Cineac Trianon, na Av Rio branco...

Antes as balas de leite, depois o lanche na Leiteria Silvestre...

A volta pra casa, eu de mãos dadas com você, o cíumes da mamãe...

As Óperas e músicas italianas, a ida ao Teatro Municipal assistir o Rigoleto,

outro programa nosso, e claro o passeio no Parque Guinle nas Laranjeiras,

ou a pracinha me ensinando a andar de bicicleta, você tirou as rodinhas e foi empurrando, me dando confiança e equilíbrio, até que me vi pedalando sozinha, livre de encontro ao vento e você sorrindo feliz...

Ah, papai, recordações que me fazem viajar no tunel do tempo, chorar de saudades

ainda...

Tanto tempo...mas o que será afinal o tempo? Ando outra vez preocupada com ele,

mas não tenho medo, afinal de nada adianta...

Estou caminhando ao lado dele, com calma mas atenta aos caprichos...

E papai, acho que agora estarei em boa companhia...

A felicidade está se aproximando,sinto isso...

Em 20/04/2013

Às 9:37p.m.