Lembranças.

No lírio alvo de quem um dia “eu” era franzino, fiz sonhos!

Doces sonhos perdidos no beco das lembranças.

Sonhos de alegrias... Sonhos de rebeldias...

Mas sempre sonhos de um mundo que não se via,

Na lembrança do que se vivia.

Vi o jogo de pôquer a revelia!

Blefaram, mas também blefei,

Na quimera de lindas fantasias.

Nas lembranças do passado,

Vejo o algoz do que se quebrou.

Quebranto do presente, em sonhar a eterna alegria,

Nas colheitas da dor que não busquei,

Entre os mares que naveguei.

Alguns até que tentados... Alguns jamais imaginados...

Pois tinha o ar de sofrer, na ausência clara de meu viver.

Fecho as cortinas do palco que já naveguei

Olho pra frente e me vejo no beco,

Das lembranças que já sonhei.

Ah teimosas lembranças,

Refletes a hipnose do que não aconteceu!

Mas até o ultimo suspiro meu,

Busco os sonhos de meu “eu”

Porque jamais me rendo, as lembranças do que não se resolveu.

Sou de aquário e vivo no mundo que não é meu

No tédio da memória, silenciosa no martírio desta dor

Vivo como a Fênix, no frenesi de um futuro

De que ninguém jamais sonhou.

Nestas lembranças de um passado

Da dor que não me conquistou!

Amo a vida e dela valem à pena, em ser revivida,

Nas lembranças deste meu amor.

Mas quem se importa?

Nos mares revoltos, que naveguei!

Na calmaria de quem amei!

Na tranqüilidade, de quem ainda amarei!

Nestas lembranças de quem ainda vive,

Nos sonhos que eu revivo,

Deste mundo que não é meu!

Mas é normal na doce vida que nos é familiar.

Mas morreria sem o belo, das lembranças de um simples sonhar,

Descritas e absortas, nesta folha branca,

Suja com o orvalho de pequenas lembranças,

Em risadas que se quebraram

Em um lindo que a mim se eternizou.

Na terra do nunca, de quem ninguém jamais sonhou!

Fernando A. Troncoso Rocha.