Sedução sem sentido.

Leio, releio, rebusco e fuço o lírio dos sentidos,

Em segregas coisas irreais dos mortais.

Procuro exilar a inconsciência dos sentidos

Em personalidades fúteis e sem destinos.

Imagem arquiteta em ser cruel

Na projeção da personalidade interior, sem opinião própria,

Em renuncias que choram, de manso e no íntimo,

Em amarras de um dia, em que era só alegria!

Tristezas inteiras de doce companheira,

De quem amarás, só em um dia!

Alma sobranceira de nossa tristeza inteira,

Que aprende a amá-la, sem muita alegria!

Sedução companheira e constante, de uma vida apenas sombria,

No crepúsculo do sentido repelido, de quem se ama sem sentido.

Pois teu sentido é de vidro,

Despeito que logo se quebrou,

Contra aquilo que nem amou!

Prometes o eterno, no símbolo da afeição,

De um eterno que tu aniquilaste!

Só objeto da esperança, que te faltou

De seduzir com muito amor, em águas límpidas.

Confiante em uma simples vida, sem um grande amor!

Fernando A. Troncoso Rocha.