Em Primeira Pessoa

Não aprendi a falar em terceira pessoa. Falo na primeira. E, às vezes, falo alto. Assumo as consequências das letras e versos.

Eu me repito. Eu insisto em mim e nas minhas verdades. Não desfaço das minhas cores. Me refaço e, se preciso, eu renasço. Eu canto, desencantando minhas ilusões. Aprendi a digerir minhas verdades.

Cravo nos cantos dos meus territórios semiáridos e férteis a minha bandeira de paz. Eu sopro minhas sementes e contemplo os meus girassóis desde nascer até a morte e revivo com eles toda vez que renascem. Embora eu voe feito suas sementes, eu gosto das suas raízes e da generosidade do ressurgimento.

Eu estou sempre a um passo de ir e outro de ficar. Fiz minhas regras enquanto assovia, dirigia, percebia a chuva e entrava numa curva. A flexibilidade é a minha vontade de caber no teu colo todos os dias e todas as horas.

De tudo que levo, o que tem mais peso, ainda é leve. Porque o amor é leve e eleva.

Tenho coragem de sobra. E sobra de falta. Deve ser por isso que me arrisco. Não tenho muito o que perder. Eu sonho muito. Mas, por favor, eu não sou um sonho. Eu sou real, embora eu goste de ser confundida com um arco íris. Mas meu coração é bem feito ao seu.

Eu já desejei ser exemplo. Hoje, eu desejo é ser feliz.