MERAS INDAGAÇÕES...
Qual a palavra no peito que o teu coração lamenta?
Qual a face oculta deste teu olhar?
A defrontar com o espelho, velhos desejos,
Qual a palavra que te faz chorar?
A que dirias em gritos e gestos,
Mesmo que os medos indigestos,
Viessem hoje a ti assombrar?
Qual o sabor de uma paixão não cometida?
Ou da ausência, que não mais é comedida,
Posto que esteja a saudade solta no ar?
Não! Não responda a estas indagações.
Nem mesmo procure explicações,
Talvez eu não mereça tais respostas,
Às intensas perguntas, assim postas,
Sem que as feridas sejam expostas,
E me venham de doces lábios,
Não palavras, mas lapsos da memória,
De tudo que um dia apenas quiseste esquecer.
Se for preciso sofrer para aprender,
Então que eu sofra, mas nunca... Nunca,
Ouvir de ti qualquer coisa do se arrepender.