CAFÉ
(Claude Bloc)
 
 


Fechei os olhos. Saudades na minha mente... tentei enxugar as lembranças e eram mil as maneiras que eu tinha. Mas logo  o sol apareceu clareando o dia devagar, aquecendo a vida e deixando tudo mais vivo. E eu, feito criança simplesmente sentada à mesa, degustando meu café como se fosse o melhor manjar. 
 
Fiquei ali sentada indefinidamente.  Não me mexi por um tempo. Fiquei na mesma posição, mão suspensa, pensamento solto, sentindo o sabor do açúcar mascavo insinuando lembranças de outras horas, adoçando os travos de outros dias... E foi assim que despertei, por causa desse sorriso que o sol apontou em mim como se eu fosse a menina mais feliz que eu pudesse ser. Como se um sorriso pudesse ser  infinito, embora sem palavras suficientes para conter todas as lembranças que passeavam por ali.
 
Sorri como se tudo fosse fantasia, como se tudo fosse alegria. Porque sorrir é inevitável quando se está feliz.