Holocausto

Como dói ver tanta gente

Tantas crianças

Fugindo...

Da morte agora

Para a morte lenta

Morrem de desamor

Morrem de doenças

Neste momento me refiro

À guerra da Yugoslávia

Mas, e a guerra que não se fala

A guerra da África

Será um animal, por ser negro?

Será uma pantera, por correr tanto?

Talvez corra tanto

Porquê como negro fujão

Havia de correr muito

Para, antes que fosse capturado

Ter ao menos um segundo de liberdade

E, entre uma chicotada e outra

O coro fumegando de dor

Todo cortado e sangrando

Sem que houvesse tempo para cicatrização

Na cabeça um sonho de liberdade

Ainda que o preço fosse a vida

As novas gerações libertas seriam

Houve o holocausto dos judeus

E há sempre algum tipo de holocausto

Nas mãos de tiranos algozes

Vidas ceifam

Crianças perdem suas esperanças

Suas expectativas são mutiladas

Ainda logo cedo

Na mais tenra idade vivenciam horrores

E essas cabecinhas como ficam?

Falam que o homem é fruto do meio

Mas, ao contrário...

O que vemos são

Pessoas que sempre tiveram tudo â mão

Nunca receberam uma negativa

Também não aprenderam a amar

E não tem respeito ao próximo

Enquanto aquele que viu e viveu horrores

Não tem mais nem voz

Efigênia Saraiva.

Efigênia Saraiva
Enviado por Efigênia Saraiva em 13/06/2013
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