INFERNO DE DANTE ( 'tá mais pra d’anteontem ) de: Osmarosman Aedo

Medo de desencontrar a paz.

Faz medo caminhar pra trás

Com medo que os dedos caiam antes de chegar à margem...

Medo de desacontecer os fatos.

Um fato morre no asfalto sem fala e sem cor

Quando acontece um novo fato e morre um fato, de fato uma dor...

Medo de desconectar o conhecido

E um desconhecido ousar o lugar d’antes vencido

Quando acontece o inesperado, tomam a força meu abrigo...

Medo da agressão entrar em pane.

Com medo de tudo desabar e uma coisa cair

Sem a mínima perspectiva se armam a rede em baixo

Ou volta a esvair-se entre outras multidões que já assisiti...

Medo de caminhar sozinho por ruas solitárias

E dar de cara com a realidade armada e tremendo de assombração...

Que dá medo tudo, hoje, como ontem tudo foi amanhã, dá

Porque a proteção se protege e com razão

Pois são tantas situações sem procedência

Que mais parecemos encarcerados em casa,

Pendentes de uma aflição que queira assumir a causa

Antes de surtar com o cara na contramão

Que sem a carta de administração, dirige as urnas de uma Nação.

Dá medo ou não

De parar aonde o ponto é na próxima estação?