JUVENTUDE AO LONGE, VAGA de: Osmarosman Aedo

E fui jovem quando tinha sua idade Juventude...

Pude compor espaços à mim destinados;

Pude suar de guerras onde armas eram travesseiros;

Pude sonhar acordado enquanto o sono dormia;

Pude sorrir de susto e gritar pelo gol do “jogo de bola de rua”;

Pude despir a nudez da infância, carente de outras cirandas;

Pude até recostar na cerca de bambu pra fingir ser galã de cinema...

E foi assim que quando jovem,

tive a honra de ter sua idade Juventude...

Busquei pedaços em inteiros que nem sabia da procedência;

Fui ao limite do “por um fio” e corri em prados que não conhecia;

Permiti que me vissem chorar

mesmo com os olhos vendados pela causa;

Resmunguei palavrões, incitei pessoas me ferir

e caí de um penhasco pra que não fosse você

( você andava muito distraída na época ).

Calcei sapatos que a mim não pertenciam;

Tomei topadas em calçadas de areia;

Roguei pragas por um simples pedido de “me deixa passar ?”;

Tranquei portas que não devia, abri janelas alheias, que não sabia

e até namorada tomei, pra dar à quem não tinha...

E ainda éramos tão jovens né Juventude?

Sequer tínhamos ideia que duraríamos tão pouco

até que chegasse o adulto né?

Nem sabíamos de qual cor seria nosso amanhã

já que parecíamos donos do momento

como se jamais fossemos ter agora's...

Fomos um pouco irresponsáveis não podemos negar

mas, sobrevivemos às intempéries,

aos caos e aos movimentos intrínsecos

de todas nossas provas de resistência

quais, conseguimos boas notas.

Enfim, conseguimos né amiga?...

Chegamos até aqui “quase” ilesos e íntegros

ainda que deixando pra trás, pedaços de ações

corrigidas pelo nosso amadurecimento

quem com muita maestria, dignificou nosso passado

repassando-nos hoje, em forma de lembrança.

É amiga, fizemos bem nossa parte e “a diferença”.

Agora sim,

podemos nos entregar de corpo e alma à idosidade

Na certeza que ela jamais se deixará vencer

por um mero, compreensível e tendencioso fio de cabelo branco.