Sobre ela

Possuia uma capacidade imensa de transparecer o quão colorida era por dentro.

Cada tom, tão sutilmente, era percebido por quem estivesse por perto.

Bastava o mínimo de sensibilidade.

Bastava o mínimo de bom senso e o mínimo de humanidade.

Obviamente despertava nas pessoas uma infinidade de sentimentos e cada um deles, em seus mais diferenciados graus.

Era tão simples, que por vezes se tornara exuberante.

Era tão pura, que por vezes se tornara ameaçadora.

Ela era capaz de encontrar dentro da pior das criaturas um sentimento, mesmo que fosse o único, capaz de transformar pedra em algodão.

E cruzou teu caminho todo tipo de gente.

Gente de coração puro, gente dura, de armadura.

Gente que mentiu, que chorou, que confiou.

Gente simples, gente fraca e gente humana.

Gente de verdade e gente de mentira.

E entre uns e outros, ela caiu.

Ela foi fundo...num poço imundo.

Num canto dela que ninguém entendia.

Mas que existia.

E entre todos e muitos, ela levantou!

E se achou, no meio de tanta dor.

Achou vida, achou brilho, achou luz!

Achou verdade, achou perdão, sorrisos e muitos abraços.

Achou o limite, o impossível e a esperança.

Achou sonhos lindos, coloridos como ela!

Por dentro, por fora e em tudo.

E então ela deitou e adormeceu, enfim.

Num colo amigo, irmão, parceiro e eterno.

No colo de Deus.