Estrada do pecado

Olhem essas vastas estradas!

Aos olhos fechados apenas um caminho, aos abertos, escolhas.

Um mais estreito e com espinhos, porém, com um belo fim premeditado e notas estendidas para a sonoridade da alma, que clamantes vagam ao som da paz.

O outro, mais amplo e límpido ao momentâneo prazer do corpo, do pecado e ao término, solidão;

Silenciada pelo fim dos agudos da vida.

E o que fazer?

Andar pela estreita vereda, cortando-se e sangrando, contudo;

Sabendo que a música estará orquestrando teu peito?

Ou, caminhar sorridente pelo pecado untado pelo momento, findado pela última nota, desregrado sem a batida do peito?

Pecado, tão curto e previsível, amplo e derradeiro sobre os lábios que o prometem cantar ao infinito, infinitamente momentâneo e vago, como um belo instrumento desafinado.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 17/07/2013
Reeditado em 17/07/2013
Código do texto: T4391578
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