Filhos do nada, na terra da gente

Sendo filho do nada, sobra-me o nunca, sem nome ou morada, sem palavras ou cicatrizes, sem marcas temporais.

Sendo filho do nada sobra-me a memória do que fui, do que me ficou, do que me marcou, das feridas que me ficaram.

Sobra-me a saudade daquele meu nome, do que me ficou por dizer, do que escolhi ser.

Sendo filho do nada deixa-me a letra do teu nome, do que procuro entre as almas penadas, entre o perdido e o achado, entre o teu nome e o meu.

Nas margens do rio que ainda não sou, sem vasos sanguíneos do que está lá, ou do que vai chegar, sei que te procuro e aqui sobra-me somente o nunca…

O que nunca cheguei a ser, e desejei ter sido!

Aonde nunca fui e desejei ter ido!

O que procurei sem nunca encontrar…

Sendo filho do nada

Fruto da vida

Alma rebelde em busca sem tempo

Sem corpo, com alma e com grito perdido entre a minha vida …E a tua!

Filho do nada que é nosso

Na terra do nunca que é somente tua….

Somos filhos da gente

Que ama e sente

Que canta e encanta em rastilhos de dor e mordaças

E nos deixa ser o que engana e mente

E faz de nós o que gente alente,

Restos de sonho

Rastos de esperança, alma que procura, o teu encontro na margem do rio

Cheia de luz

Coberta de esperança.

Sou filho do tempo

Em terras do nunca.

Joana sousa freitas

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 09/09/2013
Código do texto: T4473917
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