A temporalidade das certezas

A causa da dor e fraqueza das minhas pernas tem sido essas incertezas cobertas de certezas impostas e auto-impostas. Na tentativa de que meu silêncio achatado pela dor da dúvida tivesse um fim, acabei várias vezes sentindo um nó em minhas vísceras que apertava ainda mais quando tentei fugir por diversas vezes em vão.

Alguma coisa venho em meu socorro antes da morte iminente que avançava a passos largos com o propósito irredutível de me esmagar com os gritos do meu silêncio assanhando. De repente, de um súbito inesperado abri as comportas do meu coração e permitir pela primeira vez que meu silêncio fosse ao palco e quebrasse o cadeado robusto que prendia suas apresentações. O vento e o sol acostumados com essa brisa mascarada do meu EU mostram a agora uma expressão de surpresa e insistem que eu faça o caminho de volta. Mas é só uma questão de tempo para que a atmosfera externa se torne uma massa homogênea com esses pensamentos que por muito tempo permaneceram opacos debaixo da camada de hipocrisia que fragilizava minha locomoção.

Agora que estou do outro lado da inércia sei que o que mata de verdade é as certezas que se transformam em um campo hermeneuticamente fechado que limitam os reflexos implacáveis do meu EU que buscam se fixar numa parede de equilíbrio..

Enquanto isso acaricio essa certeza ..e que seja excelente enquanto durar.

Fabio junio almeida prates