PARADEIRO ( ainda que seja depois de amanhã ) de: Osmarosman Aedo

Quando você chegar vir pra mim

Talvez já não tenha forças nos braços suficiente,

Para saciar a vontade daquele abraço

Guardado há tempos, pra você;

Quando você chegar vir pra mim

Certamente não mais terei um só fio de cabelo

Que identifique que fui jovem um dia

E que n’outro dia me apaixonei por você...

Por acaso um dia vires

E não mais encontres o perfume que a enfeitiçou

Nem as palavras que a envolveram de carinho e ternura,

É porque o que de mim encontrarás

Só perceberás enquanto estiveres dormindo;

Quando à mim chegares vir

Provavelmente já não serei mais o poeta “ musicotor “

Porque igual príncipes das fadas que conto

Que transformavam-se em sapos, só poesia serei;

Quando à mim vieres quando

E não encontrares a inocência que te amou

Com os olhos vendados da verdade,

É porque cego ( com olhos abertos aos teus )

O amor me exilou nas lembranças que em mim,

Serão eternos jardins a serem replantados

Por tantas quantas flores murcharam pelo tempo da espera...

Por acaso um dia não me encontrares

Como disseram as fotos quais, em algum momento de nossa história

Amostraram quem eu era, não temas

Porque sei que em teus olhos o que fui

Serei por um sempre que só nós soubemos existenciar.

Ao caminho do vires, quando o quando emergir da poeira

Pensares desisti, não estranhe pois não pareceremos tão mais

Como os espelhos demonstraram

Nem tão pouco o que sobreviveu à tantas intempéries

Poderá ter suportado as consequências de uma espera tão longa.

Não será preciso mais

Tantas respostas pra perguntas que em meio ao caminho

Perderam-se em suas denominações...

Acaso meus olhos não consigam mais erguer-se

Nem minhas mãos a alcancem seus ternos tocar

E meus ouvidos não mais consigam ouvir seus chamados

Creia,

Não morri

Só estarei ausente de minhas tentativas

Em tentar ser quem sou quando com você, fui SEU.

Mas, venha... foi uma promessa e eu acreditei...

Venha porque ainda assim, estarei esperando por você.