MAL SÚBITO ( flores de verão ) de: Osmarosman Aedo

Vi flores debruçadas ao chão

Por onde passava meu corpo

Assoberbado de pensamentos,

Quais distraídos, confundiam imagens

Como a daquelas flores miúdas, amarelas...

Estendidas, por sobre o desprezo

De olhares que não mais conseguem

Identificar cores em cidades cinzas,

Se entregam a um vento fora de estação

Consumando assim, sua passagem por este planeta.

Goteja das nuvens no céu,

O anúncio de chuva padronizada

De um funeral: O FUNERAL DAS FLORES...

Além de mim, pássaros e outras flores silvestres

Bastante sentidas, lamentávamos o sinistro

Por sabermos o quão orfão fica a natureza

Quando perde um dos seus.

A paisagem, agora mórbida

Ficou atrás de meus olhos enquanto o vento acentua

Seu vandalismo e espalha o que de mortos ficou pouco

Das flores que um dia vi cair amarelas sobre o chão

E quase ninguém viu, que morreram.

Osmarosman Aedo

2.000 e Nós