OBSOLETO ESTIGMA de: Osmarosman Aedo

Quem sabe

Quando o esperar menos souber,

As flores murchas daquele jardim inacabado

Floresçam sem dar conta

De tanto perfume exalar?...

Quem sabe

O poema de palavras

Que ficou em meio ao caminho

Não se recrie ou se manifeste,

Antes de encherem de razão a razão esgotada

De tanto desculpar a saudade?...

Quem sabe

O sorvete de gratidão

Desfigurado as vezes, pela frieza dos corações,

Não retome sua forma

E em forma de emoção contínua

Adoce ou conforte tudo o que até então foi “NÃO”?...

Quem sabe

Não encontramos as chaves perdidas

Daquela cabana de paixão na montanha

Que esqueceu-se em endereços

Improvisados pela dúvida e pelas reações, quem sabe?

Quem sabe

A lágrima sentida que vagou por dias

Em vias que de fato foram só de idas

Mas, que por sorte e sopro em duas vidas

Conseguiu retomar seu estado vaporoso

Não volte a sorrir das travessuras daqueles dias?...

Quem sabe

O lençol caído no canto naquela cama daquele quarto

Que já guardou e roubou tantos nossos segredos

Driblando com afagos sensitivos nossos desejos,

Não reapareça lavado, cheiroso, dobrado e iluminado

No closet quase vazio

Para muitos, outros, tantos e quantos certos desejos,

E possa mais uma vez nos guardar?...

Quem sabe

Aquela passagem

Que nos levaria àquela ilha no ” INTEIRO DO NADA”

Que nos fez até comprar trajes novos especiais,

Não nos surpreenda com um “OUTRA VEZ”

E assim nos reintegre a vontade do aceitar?

Quem sabe?

Só nos resta saber o que queremos

E perdoar

O que por acaso, já esquecemos.

Osmarosman Aedo

2.000 e Nós