ENQUANTO TE OUVIA... de: Osmarosman Aedo

E eu, que pensei ter vivido tudo,

Ter enxergado tudo

E tudo ter implantado em meus acertos... perdi.

Eu que me ausentei pra colher flores

Plantar jardins pra flores te dar

E ensaiei uma canção que fiz pensando encantar... perdi.

Eu quem abracei os temas

Fiz de palavras constantes cenas

Onde a vida estava sempre vestida de emoção... perdi.

Eu, quem se vestiu de você, por ruas, metrôs

Por trens sonolentos e vitrines sem sorriso

Achando na paisagem com pressa, o que ninguém nunca encontrou... perdi.

Eu, que atualizei meus olhos

Comunguei perdões antes de acontecerem

E cavalguei prados em busca do alazão negro que te prometi... perdi.

Eu, que por fora fui longe

Por dentro fiquei perto e por cima um encontro

Adiando falas, devido a timidez sempre me acompanhar nas investidas... perdi

Logo eu, quem presente, nunca ausente,

De corpo e alma de brilho decente que sente,

Formado em verdades sem dor e ébrio por tanto amor... perdi.

Logo eu, declarado vértice das oportunidades,

Serviçal dos encantos que promovem cumplicidades

E sentenciador de obras

Que não se identifiquem com sua pureza... perdi.

Sem explicações que me coubessem no aceitar...

Sem a mínima pausa para dar fôlego ao “PENSE BEM”...

Sem que tivesse tempo em redesenhar a trajetória de como cheguei...

Sem ao menos tocar tua pele como colibris flores de luz...

Sem nem sequer, ouvir o que tinha pra cantar... perdi.

Juntei meus poucos pertences ainda em fase inicial de formação,

Recolhi lágrimas e partículas de palavras prontas para serem frases

E caminhei em direção ao horizonte agora pardo por tantos negar,

Observando que as gaivotas não mais voavam... recônditas em tuas asas

Me viam passar cabisbaixo rumo a um desconhecido, que não conheço.

Osmarosman Aedo

2.000 e EU