Sonho de valsa

Escrevo na intimidade da alma,

A busca de um eu profundo,

Profético, abundante.

Procuro e reviro os escombros,

Entre o ide e o ego,

Encerrado em um espelho trincado de lástimas;

Procurando ensimesmar-se,

No mais recondito encefalograma do ser,

Disparando a autocrítica,

Descarregando as navalhas,

Rebobinando as fitas;

O labor da regogitofagía mostra o que foi engolido,

Precisando ser polido como um belo diamante,

Segue a vida, segue à diante,

E os olhos vermelhos,

Cansados do espelho vêm a luz da ponta da alma,

No reencontrar da calma,

No degladiar da pulsão,

Ser humano, histórico, flamejante,

Vulcão.

Aquilo que se espalha é cinza falha,

Que o vento sopra e leva para longe,

E o que fica? Rita...Lee ou livre,

A arethê dos declives,

O jardim dos amores;

Os tendões viram tenores e a orquestra descansa,

Dança, menina. Dança;

Escreve as tuas dores.

Fernanda Valencise
Enviado por Fernanda Valencise em 08/11/2013
Código do texto: T4562717
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