Do dia pra noite uma ilusão.
A noite acabou em chuva, afinal
para um dia tão quente
e tão banal
o que vale um pingo na gente?
Pingo de água que bate na tela do quadro
que pinta o sete, o oito, o nove e o dez.
Fiz dezoito, não sou mais uma menina
e o dia acabou pra noite pequenina.
O tempo passou, aprendi a nadar,
chuva pra mim não tem mais lugar
nos meus pesadelos.
No final, já virei moça,
modelo, e faço de conta meus colares de gente grande.
O dia veio de novo e vejo que ainda há uma criança,
olho pra trás e a nostalgia me avisa
que ainda não sei quase nada.