A OUTRA

A OUTRA

É quase sempre assim:

muita ilusão perdida,

e um tal de esperar

sem remédio, sem tempo...

No gotejar das horas

só um vazio imenso,

e a pergunta que fica

no espaço sem limites:

-Pode essa noite, amor?

- Não...(quem dera pudesse!)

hoje é dia de samba,

e eu vou levar Tereza.

- E amanhã, meu amor...?

- Só se ao clube eu não fosse...

Será noite de sauna, e Tereza quer ir...

-E depois...?

- Vamos ver... há amigos à espera!

- No domingo ...?

- Não dá... vou acampar na praia.

- Que outro dia então...?

- ... Há negócios pendentes,

Coisas a fazer que são demais urgentes,

Vamos ter que esperar.

(Não há noite talvez,

no extenso calendário,

que seja p’ra nos dois ?

Uma noite infinita

- quem me dará certeza?-

Uma noite sem samba,

sem amigos, sem festa,

uma noite sem Tereza...

Uma noite sem sauna,

sem praia, sem jogo,

nenhum negócio a vista.

Com meu abraço só,

o meu beijo, mais nada;

o calor do meu corpo,

meu amor... armadilha

no tempo do sem tempo,

no silêncio, no grito,

no caminho da estrela,

só nos dois... ninguém mais...)

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 29/11/2013
Código do texto: T4592063
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.