Do amor que não vivi

Querendo aportar na nave. Pegar carona em sua fumaça branca, e alegrar meus anos. Quase meia idade! E inquieta busco algo no infinito de minhas ilusões. Mas, o tempo nunca fora generoso comigo. E quando percebo a nave já vai longe e o que me sobra é o porto solidão. Uma saudade boa do que não vivi. E, inusitadamente, uma alegria disfarçada, vestida de dias sombrios; mas, o coração sabe que é alegria, mesmo não seguindo nessa nave que revivesceu meus sonhos, valeu a estadia a bordo de seu sorriso. Valeu a estadia a bordo de suas gentilezas e palavras sublimes. No meu porto solidão eu espero uma gentileza da vida; quero apenas uma chance de adentrar outra vez essa nave por alguns instantes e desfrutar de seu doce sorriso. E assim viver minha outra idade aconchegada em esperança. Nos braços do tempo desejo estar com a lembrança de seu abraço e de seu beijo de amor. Sim, amor é o que espero do tempo. Que um dia, eu sei, pousará em minha alma como o amante no seio da amada.

Fran Souza
Enviado por Fran Souza em 02/12/2013
Reeditado em 02/12/2013
Código do texto: T4595656
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.