PARA JUDITH (2009)

Vejo a madressilva

e sinto seu perfume.

Nas franjas da madrugada

há um êxtase de inspiração.

Diviso em seus versos os lírios

brancos com sussurros róseos

de plena manhã.

Sua leveza, sua alegria

acendem a lua cheia.

Encontro perfumes

que desvanecem,

permanece no ar

um tempo de gratidão.

Eu que sou tão cético

encontro forças

para perceber

na porta que a guarda

um bastião de luz

posto nos jardins, nos pomares,

nas telhas de sua casa, nas cumeeiras

que sorriem na pira do coração.

Mas...

Como toda fadinha,

de repente... zapt!:

desaparece.