Corpos em chama.

Depravados, no cintilante manto que te cobriam

Em luxúrias delirantes conheceram-se.

Benfazejas, luzes da carne foram-se aproximando

Trepidas em seus medos

Onde os anjos não mais surgiam.

Os santos ali agonizavam

Na excessiva matéria em chamas.

Deitados, parecia um só

No afogar de suas almas delirantes.

De beijos ardentes, com suas línguas incandescentes

Sugavam-se como doces vampiros, seus mantos divinos!

Em seu êxtase, seus corpos cobriam-se, com um inebriante orvalho.

Na madrugada fria, em seus delirantes desejos

Com seu membro do amor, penetrava-se em chama

O doce corpo da donzela, que ali se aquecia.

Consumiram-se no amor nefasto da carne

Onde o poder do amor, ali não se valia...

Pois era chama, paixão e sublime excitação

Simples corpos em composição, de uma linda sinfonia.

Fernando A. Troncoso Rocha.