Severino
Virou-se num toco no meio da mata,
lá fora chovendo que nem cascata,
e o meu velho chegava seco como o sertão.
Virava bicho, virava onça,
Virava tudo que imaginar,
Ia e vinha com a rapidez
de um velho carcará.
Inimigos sem teve,
Sempre alguém o querendo matar;
Certa vez sendo perseguido virou-se num tronco,
onde os inimigos sem mesmo notar, se puseram ali a se assentar.
Diziam eles em alta voz: hoje seu sangue vamos derramar!
Mas Severino se desvirou já com a arma em punho
E com a garuncha a engatilhar,
matou o inimigos ali mesmo, e foi-se embora a gargalhar.
Seu nome?
Severino, velho catimbozeiro, igual meu avô não há.
Obs. Homenagem ao meu avô, Sr. Severino Rodrigues da Silva, Pernambucano, catimbozeiro, criado na mata amazônica, conhecido como bruxo do mato, na verdade, um grande mago, um feiticeiro popular.