SOZINHO...
Meu sapatos são pretos,
Minha alma é branca...
O caminho é escuro...
Tateio por entre as garras da noite...
Busco o sol, mas os olhos estão cerrados.
Chorei o leite derramado,
E mamo agora nas tetas do destino...
Desconfio das vitaminas que tomo,
E só olho o retrovisor do carro...
Sinto o vento e não me seguro em nada...
Almejo que a tempestade destrua tudo.
Mas o grito do poeta preso no ventre,
Sobe até a garganta...
E sozinho vomito meu verso,
Minha dor sem analgésico...
Apago a luz...
E só ouço a voz do pesadelo,
Que quero transformar num plácido sonho.
Rezo a minha oração,
E deixo minha alma voar em busca do paraiso.