SOZINHO...

Meu sapatos são pretos,

Minha alma é branca...

O caminho é escuro...

Tateio por entre as garras da noite...

Busco o sol, mas os olhos estão cerrados.

Chorei o leite derramado,

E mamo agora nas tetas do destino...

Desconfio das vitaminas que tomo,

E só olho o retrovisor do carro...

Sinto o vento e não me seguro em nada...

Almejo que a tempestade destrua tudo.

Mas o grito do poeta preso no ventre,

Sobe até a garganta...

E sozinho vomito meu verso,

Minha dor sem analgésico...

Apago a luz...

E só ouço a voz do pesadelo,

Que quero transformar num plácido sonho.

Rezo a minha oração,

E deixo minha alma voar em busca do paraiso.

Geraldo Rolim
Enviado por Geraldo Rolim em 21/02/2014
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