Não há vazio no vazio que carrego.

Eu consigo sentir o gosto de quem amo, mesmo não estando perto para poder provar do sabor. Sinto cheiros de pele, cabelo, sexo, perfume de frasco...

Ouço a voz do amor, mesmo quando a voz já foi levado pelo vento e o tempo. Consigo sentir a pele, o beijo, o abraço, a sensação dos olhos nos meus.

Não pretendo reviver nenhum passado, mas quero sentir o doce gosto das presentes lembranças. Quero guardar comigo todos os cacos dos vasos que se quebraram, para poder construir um futoro cheio de cores, enfeites e escudos.

E eu não digo adeus para nada, pois já tentei e não deu certo... Gosto das lembranças, gostos e todos os tipos de sensações. Eu gosto do que a vida me deu e me dá... O amor é o presente maior e viverá além de mim, para contar a nossa história.

Não quero preencher com o próprio vazio, o meu vazio. Preencho à mim, com o melhor que encontro no caminho. E nem tudo que me preenche são coisas boas ou ruins... Tenho de tudo aqui dentro e carrego com gosto.

[Bruna Gonçalves- 09/03/2014].