Guerra sem fim

A cada trago que dou no cigarro, a cada gole que libo do whisky cor âmbar, sinto-me sair do inferno no qual vivo, porém logo volto e vejo corpos, vejo dor, vejo miséria.

Parece que descrevo o cenário da guerra, mas não, descrevo meu inferno pessoal, os corpos são meus sonhos e vontades mortas, a dor só a mim pertence e a miséria é o meu estado de espírito, não suporto mais viver nessa interminável angustia, apenas recorrendo a morte lenta como forma de fuga.

Suplico pela piedade de Deus, se ele existir, que ele me salve, tire-me do amargor e da solidão que doem tão intensamente que não sei quantos invernos irei suportar, quantas páscoas irei presenciar, quanto rancor irei aturar.

Aneleh
Enviado por Aneleh em 21/03/2014
Reeditado em 21/03/2014
Código do texto: T4738237
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