Guerra sem fim
A cada trago que dou no cigarro, a cada gole que libo do whisky cor âmbar, sinto-me sair do inferno no qual vivo, porém logo volto e vejo corpos, vejo dor, vejo miséria.
Parece que descrevo o cenário da guerra, mas não, descrevo meu inferno pessoal, os corpos são meus sonhos e vontades mortas, a dor só a mim pertence e a miséria é o meu estado de espírito, não suporto mais viver nessa interminável angustia, apenas recorrendo a morte lenta como forma de fuga.
Suplico pela piedade de Deus, se ele existir, que ele me salve, tire-me do amargor e da solidão que doem tão intensamente que não sei quantos invernos irei suportar, quantas páscoas irei presenciar, quanto rancor irei aturar.