A Lua

A Lua lá em cima está a me olhar. Dispo-me. Ela passa a me admirar. Então, começa uma prosa comigo despido. Elogia o meu umbigo e me pergunta de onde estou alojado. Respondo muito educado. "Senhora Lua, moro ao lado." Ela se irrita. "Maldito sejas, poeta. Será que não sabes falar sem rimar?" Respondo que sei, mas que cansei de tanto agradar. A Lua se choca. Parece estar morta. Será que eu fiz? Assassino, matei a imperatriz. De onde está ela sempre esta a te observar. Conte-lhe seus segredos. Exponha-a seus sentimentos. Ele está a escutar. Satélite, magnífica, bela, reluzente. Hoje, não estou contente. A vida trava um embate comigo. Joga-me no chão e pisa em mim. Tira as palavras que tenho na mente. Cala minha boca. Tentar é em vão. Aqui me encontro, deitado, jogado, pisado, chorando ao chão. Ajuda-me. A Lua intervém. Me da um pouco da força que tem. Levanto, então. Visto-me sozinho. Já não tenho mais a sua companhia. É pena, me fará falta. Estou melhor, mas ainda sinto as cicatrizes de ontem. Porém, só resta seguir em frente. Fico contente. Sei que onde quer que esteja, basta olhar para o céu e verei. Satélite, magnífica, bela, reluzente. A Lua, agora, crescente.

Bruno A Ribeiro
Enviado por Bruno A Ribeiro em 08/04/2014
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