T R I N A
A chama me queima toda, todinha
A chance de ser tres, trio, trina…
Até me encanta
O fogo amarelo da manipura tenta
Trazer a dourada sabedoria divina
Para esta mente renitente e equivocada
Eis aí a razão das migranas noturnas.
Circunda-me agora a força azul,
O poder da divina graça
Invade meus bilaterios
Fazendo meus frágeis braços
Empunhar em uma mão espada afiada e mortal
E na outra com uma luva de rendinha para alisar
Pobres cabecinhas reptilianas
Ah! Ninguém merece!
Daí pelo outro lado vem esta chama
Tão rosinha, tão rosinha
Amor puro de menina e de mocinha
Mas que não me ilude nem um pouco:
Pois a principio vem da vermelha,
escarlate e flamenjate Mundalarara
Forças primitivas, ancestrais, fincando nossos
Pés no chão nas brasa da foqueira do desejo e do prazer
E pasmem que é bem dentro do meu sofrido coração
Num certo trono, com manto, coroa e cetro
Que Deus me coloca este minúsculo vulcão
E Jesus o Cristo me aponta com um dedo
Todos os dias da minha vida
No quadro desbotado na parede da sala de minha avó:
Que eu sou um tanto quanto divina, que o paraíso reside em mim
Que a felicidade provavelmente estará lá a me esperar
Tudo bem pois basta você confiar em você e só em você.
Simples e fácil assim…Amém!