Num certo 10 de maio, Dia das Mães...

Bolinho de chuva

Pois é, ainda chove.

Gotinhas prateadas brincam de escorregador na minha vidraça.

O domingo passa.

Tive vontade de comer bolinhos de banana salpicados com açúcar e canela: bolinhos de chuva.

Mas ninguém me fará bolinhos iguais aos dela.

Observo os pingos de chuva escorrendo, escorrendo...

Sopro a vidraça e desenho um coração,

como fazia quando a gente morava na casa amarela.

Hoje, a casa está vazia e o meu peito repleto de lembranças.

Gotas brotam nos meus olhos e escorrem; escorrem por minhas faces

- Chovendo me vejo.

Embaçaram meus óculos... alguém os terá soprado? Talvez.

Ao retirá-los, percebo algo desenhado, e reconheço o contorno daqueles lábios:

_Mãe, foi como se mais uma vez você tivesse me beijado!

10/05/90

PS: este poema, registrado como, praticamente toda a minha obra, recebeu alguns prêmios.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 10/05/2014
Reeditado em 22/05/2014
Código do texto: T4801059
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