Talvez ao renascer.

A flor que me tirou pra dançar

Pode murchar e não mais florir,

Mas por fim apenas um talvez.

Talvez hoje, talvez outra vez.

Agora dançamos encantados pelo mar,

Aonde tão belas ondas vêm nos buscar

Para mais um sonho de um talvez.

Talvez amanhã, talvez outra vez.

Banhados pelo solitário e triste sol,

Que insiste em morrer e renascer, só,

Nasceria eu para vê-la novamente?

Talvez jamais, talvez outra vez.

O príncipe aprecia suas lúdicas loucuras,

A princesa atormentada afoga-se em lagrimas,

A rainha por mero acidente extingue-se

Como a mais brilhante luz de uma vela.

Meu reino agora te torna teu.

Talvez nunca, talvez outra vez.

Nesses como em tantos outros talvez,

Que lhe deixa pela metade outra vez,

Como tantos outros a fizeram

Acreditar morrer e depois renascer,

Como espera a lua o sol fazer.

Talvez um dia, talvez outra vez.

Como esperam os poetas a poesia entender,

Se forem compostas de forma que não compreendem.

Como pode a lua, ao fim da noite, chorar um amor,

Se ela é apenas uma louca solitária no céu.

Como posso eu com tantas palavras dizer algo,

Se eu não sei ao certo o que quero dizer.

Talvez um dia, talvez ao renascer.

Novecaldas
Enviado por Novecaldas em 12/05/2007
Código do texto: T484910