AOS POETAS

JULHO/2014


Em 03 de julho Ivan Junqueira partiu.
Em 18 de julho João Ubaldo morreu.
Em 19 de julho Rubem Alves feneceu.
Em 23 de julho Ariano Suassuna faleceu.

Hoje essa dor no peito. 
É um enorme vazio pela falta dos poetas, 
e a tristeza pelo luto que ficou.
Mas da obra imortal de cada um,
ficará a beleza que a poesia eternizou.



AO SOM DO VENTO

Ó delicada morte, que arranca dos galhos suas belas crias, que outrora verdejantes se sentem nesse instante, livres ao sabor da brisa de destino incerto, para seu derradeiro suspiro certo.

Sutil sois ó morte, que arrasta folhas perdidas, que desgarradas ainda bailam mesmo desfalecidas, em busca do descanso onde em merecido remanso, cumprirão o ciclo no fim de seus dias.

Morte de toque tênue, que no seu canto desfila acordes lúgubres em notas fúnebres, e sem remorso segue sua sina, e participa de forma fria, na força de seu sopro, separando das árvores para sempre, o amor perene de mães e filhas.

Sim, és morte... morte que de carrasca em sua passagem, que voa livre e sem paragem, no vigor da existência que não se finda, ainda assim, arrefece o calor e traz consigo seu frescor, para a sombra desta árvore, que novamente coberta de lindas folhas se faz exuberante em sua magia, onde descansaremos contemplando da vida a real poesia, e a natureza que nos encanta e tanto fascina, sentindo na pele e na face a terna carícia forte, da nossa eterna... amiga morte!