Além-Mar

Uma moça estava a fitar o horizonte. As águas já não tão raivosas como deveriam estar, pouco mexiam a garrafa verde de plástico. O horizonte é o encontro do céu e mar. E não são poucas as vezes que deste cruzamente esperamos algo. Um navio, talvez não, a ponte que liga duas grandes ilhas não deixariam o navio passar. Uma pessoa? Tampouco viria nadando. O que esperar, então? Talvez um sonho, ou uma razão, quem sabe uma solução. Essas coisas que só o mar pode trazer, não por uma garrafa pet verde, mas talvez pela contemplação.

A moça fitava o mar. Foi para lá tentar respirar melhor, mas o mar cheirava a cadáver. Foi para lá poder, quem sabe, ver seu reflexo nas águas, mas viu outro reflexo. O mar era negro, viu o reflexo da humanidade.

A moça esperava algo do oceano... Mas a ela só veio sacos plásticos, embalagens, e garrafas sem mensagem... O mar sombriamente não estava bravo... Trazia a morte.