Amores Incaetaneáveis
A menina do anel de Lua e Estrela queria provar que só é possível filosofar em Alemão.
Mas, ao esbarrar na luz, que a folha traga e traduz, conheceu alguém: a Abelha Rainha.
Aí foi: meio dia, meia noite. Faz um zum zum na testa, pela porta, pela escada.
Ela, tão caetaneando quanto é possível se djavaner, pediu:
OH, abelha Rainha, faz de mim um instrumento de tua glória, sim de tua glória.
Até o fim eu vou te amar. A rosa do amor tem que crescer. O amor é como uma rosa no jardim. O amor não tem que se acabar.
Eu queria querer-te amar o amor, construir-nos dulcíssima prisão. Encontrar a mais justa adequação,tudo métrica e rima e nunca dor.
Mas a vida é real e é de viés. E vejam só que cilada o amor armou:
eis que surge uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel.
Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o dela, falou que o mal é bom e o bem cruel.
Às vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando as duas. E anarquicamente bagunço meu conto...
Chamo a Bárbara do Chico, do Chico. Pois nenhuma construção fica boa sem mexer no cotidiano, sem queimar navios, ou bagunçar o armário embutido.
E quando Bárbara chega, nunca é tarde, nunca é demais.
Logo, a menina do anel de Lua e Estrela escuta em sua ouvido: "Vamos ceder enfim à tentação das nossas bocas cruas e mergulhar no poço escuro de nós duas. Vamos viver agonizando uma paixão vadia.
Todo dia, toda noite, toda hora, toda madrugada, momento e manhã."
Amaram, então o amor urgentes, as bocas salgadas pela maresia, as costas lanhadas pela tempestade.
Naquela cidade, distante do mar, dizendo: Não importa com quem você se deite, que você se deleite seja com quem for...
Mas, só te peço que aceite, caro leitor, o nosso estranho amor.