AINDA CREIO...


 

Ainda tenho a sensibilidade de olhar nos olhos da emoção
E me alegrar ou chorar com ela,
Ainda sinto a necessidade de dizer bom dia,
Olá, como vai?...
Ainda me enterneço ao ver uma mãe
amamentar seu filho no seio,
Ainda fico ruborizada ao receber um elogio uma flor,
Ainda alimento esperança de um mundo mais humano,
Ainda sei cantar uma canção de ninar
Para embalar uma criança,
Ainda sinto que posso ser importante para alguém,
Ainda espero encontrar em alguém a minha outra metade
E assim ser um inteiro, completo...

Tudo isso é a mais pura verdade, uma verdade que brota
A cada instante como se uma sementinha a germinar,
Para que se possa desfrutar da sombra de uma árvore,
Sentir o cheiro de uma flor quando se anuncia a primavera,
Do fruto que havemos de saborear com prazer,
Pelo prazer também de saber que ela nasceu da esperança,
Ainda creio que haveremos de cantar uma canção
De louvor à mãe natureza, pelo muito que ela nos dá
Através do ar que respiramos, do sol que nos aquece,
Do canto dos pássaros a sobrevoar a amplidão
Nos alegrando a vida,
Da chuva que vem regar nosso sustento,
Quando não vem em demasia e nos leva o que foi plantado...
E ainda creio na inteligência do homem
Que poderá, se assim o desejar, salvar a vida na terra.