PINTANDO O DIA

Matizes de um dia transparente

Na calada aurora: a bruma branca!

Iniciam as cores do infalível amanhecer.

Primeiro, o amarelo sol nascente,

O azul céu marítimo, o vermelho vivo do viver

Um pingo celeste no ardor ensolarado

Eis aí o verde importante e secundário

Denunciando com o píncel na tela preguiçosa

O prazer e dor de um artista

Tentando retratar o imaginário

A paleta inerte, pobre escrava da espátula

Espera a mistura certa, completa, a perfeita!

Anseia pelas cores secundárias

Terciárias e quaternárias

E louca, borra tudo pois pra isso fora feita

Aos poucos o branquinho tímido, busca a luz

Pois o feroz vermelho já havia queimado tudo

Botando a culpa nos azuis, tristes, calados

E os tons pastéis embaraçados, sem nenhuma atitude

Fogem pelas sombras, pelos cantos dissolutos

Ergue-se o crepúsculo alaranjado, o claro/escuro, enfim, brilha, reluz!

Pois é chegada a vez das matizes rôxas

Hora sangrenta onde tudo ou nada se define

E ai dos lilases e carmins esmaecendo a plenitude

O quadro e o dia acabam, anoitece, a tela é rôta…

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 09/09/2014
Código do texto: T4954832
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.