Decrescente...

...essa exaustão insiste em insistir que me levante,

como se fadiga fosse uma pisada no pé que passa logo.

Definitivamente andei dobrando esquinas demais...

Acho que sofria de paralelafobia*, não conseguia ver retas,

Tudo chegava num supetão e para desviar, acelerava o passo,

e me dobrava.

De tanto fugir me acostumei a caminhar de olhos abertos.

...essa exaustão de insônias e inapetência, fez de mim inapta para

abstrações; sabe quando já não consegue desligar?

Não não, consigo sim desligar a TV, o celular, a voz, a música

até minha mania de sonhar, ahhh, mas a mente desmente que sou sã.

Deve ser TOQUE, deve ser TDA, ou outras siglas para qualquer coisa

Ou coisa nenhuma, sei lá...

...ando cismada que estou viva demais, que já tenho medo da noite,

medo de tudo que morre um pouco todo dia.

Acho, só acho, que tudo está escondido no canto dos meus olhos.

“Duas lágrimas suaves escorrem até os lábios, e morrem no meu silêncio”

Por favor, não faça barulho, preciso tentar dormir...

* Paralelafobia: licença poética