Canto noturno

Ó noite coberta de razão em forma de loucura. Serena é a melodia da sua voz. Infelizmente quase não a ouço mais, estando eu enfeitiçada pela beleza sombria do vento que já consigo ver, tamanha é a plenitude do encanto. Ó doce loucura, me leve para longe. Eu imploro por teu perdão, por ter preferido por 3 malditos segundos a realidade. Ó tempo, contado de trás para frente na história de uma solitária qualquer, refugie-me ao lado da nobre solidão. Desespero-me a cada passo no abismo do medo, quase sorrio dando de cara com a liberdade e realmente flutuo no céu de futuras invenções. Apenas amo o invisível, o que os seres de baixo não se permitem ver. Sou filha da lua e ainda não consegui reencontrar meu coração. Talvez eu nunca tenha tido, talvez esteja perdido na chuva prateada da ilusão.