Memórias

Durmo sobre um colchão de memórias

por vezes, espinham

é que algumas têm agudas pontas

não entendo porque incomodam tanto

Se são apenas resquícios de viver

Mudo de lado

me esquivo, tentando dissuadi-las

Mas elas tem memórias... estão por muitos lugares

porque a memória não dorme nem descanse de si mesma.

Levanto

Ergo uma taça de vinho intentando afogá-las ou amortecê-las no escuro da noite.

Memória insone resiste ao vinho, ao colchão, ao estado de ser eu

Entrego-me

Tento acostumar-me com as finas dores suas...

Lá fora uma fina chuva, chove

gotas que pinçam outras memórias

mais suaves e mais bonitas.

Adormeço...

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 15/10/2014
Código do texto: T4999660
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.